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Verônica

Verônica chega cansada como sempre. Sua postura baixa demonstra toda a chateação que sofreu durante o dia. Vai para a sala percebe a bagunça e ri. "É tão bom morar sozinha" isso é o que ela diria, mas está só e somente loucos falam sozinhos. Liga as luzes, para e admira a simplicidade brega existente na sua casa velha, comprada usada de um casal aposentado. Este casal agora vive a mudar entre as casas de seus filhos.
Entra em sua cozinha e puxa a cadeira que mais gosta da mesa. Senta e começa a tirar suas botas. Nunca ela percebeu que todas as cadeiras são iguais, é uma boba mesmo. Por um instante relaxa, dá um suspiro como se procurasse fôlego para viver por mais duas horas. Observa bem o lugar onde se encontra. Gosta de pensar o quanto gosta de sua cozinha pequenina.
No seu banheiro podemos observar os azulejos brancos tentando ornar com os de tom azul escuro, não brigam, mas não se unem preferem ficar lado a lado criando alguma simetria nos desenhos geométricos. É no box, onde Verônica está, que podemos ver que ela relaxa ouvindo as gotas d'água que caem no seu corpo. Mesmo com os olhos fechados, ela imagina aqueles cristais pendentes de seu chuveiro, tocando em seu corpo e se tornando tantos outros diminuindo em tamanho, aumentando em quantidade.
Sai do banheiro ainda molhada enrolada em sua toalha e entra no seu quarto e chacoalha seu cabelo. Aqueles fios colados em seu rosto aumentam ainda mais seu charme. Olhando a cama ela dá um sorriso safado e despretensioso e pensa "Poderia não ter sido bagunçada somente por mim”. Checa seus e-mails, nunca gostou de fazer isso, sempre faz lembrar os e-mails do trabalho que tanto roubam seu tempo e diversão. Depois de vê-los conclui que recebeu três e-mails de vírus, recados de redes sociais e mais tantos outros contentos correntes e gracinhas diversas da internet.
Resolve vestir-se, passar sua maquiagem e por que não arrumar a cama "Esperança!" Exclama ela. Pega sua bolsa tira o celular e faz algumas ligações.

Desliga as luzes dos cômodos e sai levando seu brilho, deixando aquela casa ainda mais simples e mais brega, mais opaca do que sempre foi.

Comentários

  1. nossa que depre.........vc descreveu a vida que eu quero mas de um jeito tao opaco

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