Então galera o texto de hoje foi colaborativo, adorei ter feito isso. Irei usar o método de trabalho mais vezes. A gentil Rita Carvalho me cedeu o inicio do texto e eu terminei .
Meus olhos estavam perdidos, a frete era
tudo borrado, mas algo se repente fez com que eles seguissem a linha do
horizonte e foi lá que repentinamente aconteceu. Era uma luz que desviou minha
atenção, era o sol a refletir-se naquele moço, o mesmo que andava em meus
pensamentos. Ele surgiu do nada pra encher as minhas ilusões. Por mim ficaria
ali olhando pra ele, mas um barulho ao longe faz toda aquela luz diminuir, não
era como se ficasse escuro, na verdade era como se tudo voltasse a ser fosco novamente.
Fecho os olhos pra tentar limpar a minha visão, quando os abro novamente eu
estou sozinha sentada na minha cama o colchão é quente, mas somente o meu calor
está ali, somente o meu cheiro. Percebo que aquele barulho que já ouvira em
meus sonhos era o meu celular despertando-me de forma grosseira, me lembrando
dos meus compromissos. Aí que me dei conta, era apenas um sonho. Levantei da
cama totalmente atordoada, meus pés tropeçavam um no outro, fiz o que tinha que
fazer e assim que terminei deitei na cama novamente olhei para o teto na
esperança de lembrar pelo menos a metade do sonho que o maldito celular me
arrancara com aquele toque que lembrava um despertador.
A manhã estava livre, o celular me lembrava
de compromissos que nem existiam. A culpa é minha por esquecer de desligar
aquela função. Sem ela eu podia dormir até mais tarde. Agora uma dúvida me
consumia, tirava minha calma, meu sossego, estava tão ansiosa que lembrar da
sua voz que me dava medo, mesmo assim suas palavras ditas na noite anterior
martelavam meus pensamentos. No sonho eu ouvi você dizendo que me amava. Mentiria
se disse que acreditei em algo dito com tamanha facilidade.
Aquele "EU TE AMO" foi tão
barato, saiu tão fácil, pode ser que as experiências anteriores tenham me
deixado assim, descrente ou talvez até em sonhos esteja sendo critica de mais
as situação que me colocam.
Levanto da cama ainda pensativa, me
encaminho até a cozinha ignorando a bagunça da casa, mesmo ela sendo pequena
consegue acumular bastante coisa.
Vejo espalhadas todas as emoções que
passaram por mim durante a semana. O esbarrão na mesa de centro na segunda, o
perfume caro que usei na terça, a calça mais justa da quarta, o secador que
usei na quinta e ainda tentei usar um produto novo no cabelo e finalmente toda
a produção que eu tentei fazer em mim na sexta esperando que ele pelo menos
olhasse pra mim no happy hour , depois do trabalho. Contudo hoje é sábado. Olho
atenta a minha xícara de café, aquele cheiro me lembrando de que a realidade é
amarga.
Estou nesse jogo com ele já faz um tempo,
e como se já não fosse o suficiente consumir minhas horas acordada, ainda me perturba
os sonhos dizendo “Eu te amo”. Acho que julgo isso que eu tive ontem à noite
errado, com certeza deve ser melhor qualificado se eu chamar de pesadelo.
Ainda me lembro da minha vida antes dele.
Era uma menina menos boba com a casa mais organizada, com os pensamentos mais
organizados com um foco mais bem desenvolvido. Só que ele chegou como
funcionário novo lá no escritório. Sei lá acho que foi o jeito que sorrio pra
mim, ou talvez o seu perfume. Com certeza deve ter sido o cheiro da sua pele
que avisou pra minhas narinas que aquele homem eu tinha que desejar.
Hoje estou eu aqui assistindo um programa
qualquer de televisão e desejando coisas tolas como não ter olfato naquele dia.
Paro um pouco de pensar na minha vida e tento ver televisão enquanto como um
pão doce com meu café amargo, de uma forma qualquer parece que meu
café-da-manhã quer fazer analogia a minha vida. Mesmo meio zonza e perdida em
meus pensamentos, sou capaz de escutar algo como “Mais que possibilidades,
realizações”. Aquela frase me arranca do
turbilhão de ideias em que eu me encontrava e foco. Realizações, talvez seja isso
que eu ainda não tenha me tocado, fantasio de mais. Cheguei ao cúmulo de sonhar
com um “Eu te amo” que vale menos que a dose da cachaça mais barata do bar na esquina.
Não amo aquele rapaz, apenas o desejo, como disse é algo de cheiro e é carnal. Não
dispenso um futuro que eu o ame, mas nesse presente prefiro um “Eu aceito sim
sair com você”. Pensando bem o que eu quero é diminuir as possibilidades da
minha vida e concretizar realizações. Por agora o que eu quero concretizar é o
fim do meu café-da-manhã neste dia que eu poderia ter acordado tarde, mas fiz o
oposto acordei cedo e pude ver esse programa que passava na TV.
Olha você deve fazer texto a quatro mãos mais vezes. Não se se sairão tão bom quanto esse, você e a Rita estão de parabéns. Pois é um texto que prende na leitura, não ficou chato, nem monótono e o que mais gostei não ficou fantasioso [aproximou bem a realidade]. Parabéns.
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